ANNE TERESA DE
KEERSMAEKER
ROSAS DANST ROSAS
Obra filmográfica de 1996,
baseada no espetáculo homônimo de 1983. Obviamente não posso comparar ambas, já
que nasci em 1981.
O vídeo é interessante e ao mesmo
tempo cansativo. Li como um colégio interno, ou um presídio para meninas, não
para mulheres. Parece retratar movimentos do cotidiano de forma estilizada,
misturado a movimentos da dança clássica e moderna.
Esses movimentos são
incansavelmente repetidos em diversas seqüência. Tem haver com nosso dia a dia.
Vi momentos de dúvida, acordos, insegurança, segurança, decisões; no entanto,
parece retratar um dia no cotidiano deste lugar. Não um dia comum, um dia onde
um grupo consegue superar os limites dos muros institucionais. Não vemos os
gestores, mas eles parecem ser parte das paredes.
Ainda assim, quando esse grupo se
liberta e passa a noite entre si, com suas indagações, ao final do êxtase vem o
cansaço e elas, assim como todos nós, retornam para a zona de conforto, para o
abrigo, tornando aquelas sensações parte de uma experiência findada.
Dá-me a sensação de
questionamento sobre as nossas escolhas, sobre a sociedade acima de nossas
vontades, sobre o militar, o poder que esmaga, a vontade dos outros. Questiona,
sem dúvida, nossa rotina. Ou o que fazemos dela.
Interessante que as bailarinas
foram cuidadosamente selecionadas por tipo, ao que parece, já que muitos dos
movimentos têm relação com o cabelo comprido, o corpo esguio, os seios pequenos,
o mostrar-esconder do corpo, sua venda ou troca por algo que nem sempre é o que
se deseja a fundo.
Pense...
São Paulo, 20 de
setembro de 2011. Karina Yamamoto
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