O livro do desassossego - Fernado Pessoa

"Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão."

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Theatre du Soleil - Os náufragos da louca esperança

Por Humberto Issao Sueyoshi


"O que eu pensei depois que vi o espetáculo"

O theatre du soleil é chato.
Entre outras coisa é longo e repetitivo.
Eu diria que a Ariane é o James Cameron do teatro. Faz coisa monumentais e tecnicamente inacreditáveis, realmente espantosas, que se pode gostar ou não, mas que não é bom. Eu diria que os náufragos é como Titanic. É espantoso e tecnicamente invejável. É praticamente irrepreensível nesse ponto e vejam ambos tem uma trilha sonora incrível, bem épica. Os atores são visivelmente bons, bem treinados, bons intérpretes, mas a peça é chata. No final vc está com dor nas costas e se pergunta pq raios alguém gastou 4 horas pra fazer uma parada dessas? Sociologicamente tb me questiono dos motivos de gastar tanta grana numa produção dessas. Mas fazendo o paralelo com o Tio Cameron acho que o virtuosismo é auto-explicativo. Acho que eles acreditam que o que eles estão falando é genial, mas é chato e bobo até em muitos sentidos. Já li entrevistas que tratavam do mesmo assunto e que eram mais interessantes. Fico realmente me perguntando o que tanto atrais as pessoas nessa trupe? Acho que é a grandiloquencia por si. Como as piramides do egito. 


Um comentário:

  1. Vi o espetáculo na noite anterior e concordo com o argumento do Humberto quando diz que é bobo. As cenas são realmente lindas, sonoras e lúdicas, mas não existe essa grandiloquência no que está sendo "dito". O uso da legenda é uma grande sacada, mas ao longo das horas fiquei cansada e só observava as cenas mudas, a mudança de cenários, a execução da luz.Relaciono com algumas questões do teatro pós-moderno que abandona o texto, ele deixa de ser o centro, ou de ter tanta importância para dar lugar a encenação. Esse é um exemplo claro, já que o texto é chato, como se qualquer coisa estivesse sendo dita, como se isso não importasse, apenas a criação cênica. Saí de lá com essa impressão, além da dor na bunda.

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