O livro do desassossego - Fernado Pessoa

"Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão."

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O-Z: EMERALD CITY - Cia. Fanny & Alexander (Ita)

Um dos espetáculos da Trilogia O-Z
Criação: Fanny & Alexander
Idealização: Chiara Lagani e Luigi de Angelis
Músicas: Mirto Baliani
Vídeo: ZAPRUDERfilmmakersgroup
Dramaturgia: Chiara Lagani
Direção, Cenário, luzes: Luigi de Angelis com Marco Cavalcoli
Construção de Cenários: Nicola Fagnani, Amir Sharif-Pour

Vozes e Atores que são depoimentos pessoais, são de diversos países: veja link Mostra Sesc de Artes.

 TRILOGIA O-Z - Cia. Fanny & Alexander – (ITA)
(Foto divulgação)

    No final de julho tive a oportunidade de conhecer ao vivo o trabalho da Cia Fanny & Alexander através de dois espetáculos da trilogia O-Z, não tive a oportunidade de ver o terceiro, ou o primeiro (HIM), como preferir. Por isso, primeiro vou me ater ao Emeral City, espetáculo de grande impacto sonoro. São 70 minutos de confusão e desespero para o público que ouve insistentemente e intensamente uma profusão de historias contadas por diversas vozes em diversos idiomas e que se intercalam ou intercruzam. Em cena uma figura que remete a Hitler e que tem movimentos pequenos e lentos, ao mesmo tempo em que uma profuzão de luzes desenha o cenário, ou um cenário, já que trata-se de uma placa branca com um vazado.
    De forma sensorial, este espetáculo muda a percepção do público em relação ao que ouve e vê, e trata-se de tanta intensidade em não-movimento que cria-se uma tensão para quem o assiste, o ouve, que só se percebe ao final, no silêncio, na escuridão. De forma segura posso afirma que este espetáculo incomoda, fere o público e creio que seja esta a proposta ao encená-lo. Nada comum, linguagens diversas das artes inseridas em 70 minutos de experiência aparemente sensória, mas que afeta de forma dolorida, fisicamente, o público.

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